Participação nas III Xornadas "Actividades agrogandeiras fronte aos incendios na montaña" da SGPF

A Nodfyr Portugal, a convite da Sociedade Galega de Pastos e Forraxes, marcou presença através do sócio fundador Henrique Mira Godinho, membro da direcção da associação, nas III Xornadas "Actividades agrogandeiras fronte aos incendios na montaña", que decorreram em Quiroga, Lugo, nos dias 16 e 17 de Novembro.

As jornadas foram organizadas com a colaboração do Concelho de Quiroga, Vice-presidência da Deputación de Lugo, AGACAL, Axencia Galega da Calidade Alimentaria e da Asociación de Desenvolvemento Rural Serra do Caurel. Devido há grande participação do público ‘gandeiro’, o foco da apresentação incidiu no tema do uso do fogo pastoril como ferramenta ecológica e de produção de pastagens de qualidade para o gado.

A apresentação iniciou com uma introdução às práticas tradicionais do uso do fogo: agrícola, florestal, borralheiras, pastoril, caça, acessibilidade do gado e produção de carvão através de pirólise.

Foram destacados os trabalhos do projecto LIFE Maronesa como exemplo de práticas com recurso à piro herbivoria para adaptação e mitigação climáticas e sequestro de carbono. O fogo prescrito preserva o solo, matéria orgânica e os rizomas das gramíneas, ao mesmo tempo que fertiliza a superfície do solo e faz com que a vegetação regenere mais produtiva.

O fogo prescrito permite a libertação de pequenas quantidades de carbono (em períodos de 3/4 anos) e aumenta a produtividade do solo e do potencial de sequestro com a ação complementar dos herbívoros. Permite a redução da severidade e frequência dos incêndios de verão: é libertado menos carbono na passagem do fogo no verão, a regeneração da vegetação é mais rápida e diminui a probabilidade de consumo de solo.

No final, foi apresentada a Nodfyr Portugal aos participantes, os objectivos da Associação e as ofertas que estarão ao dispor dos associados. Foi partilhado também o Manifesto “Cuidar do Fogo na Europa” e os contactos da Associação para futuras colaborações na Galiza.

Após a apresentação, das dúvidas e questões do público, houve tempo para um debate sobre a legislação das queimas prescritas na Galiza. Os ‘gandeiros’ alertaram para a perda de autonomia e consequentemente a falta de gestão das terras marginais dos montes galegos, usadas para o pastoreio do seu gado.