O NOME E O LOGÓTIPO
Porquê Nodfyr?
O termo Nodfyr vem do germânico antigo e representa uma remota tradição e significativa de várias culturas europeias, incluindo celtas, saxões, escandinavos, germânicos, eslavos, entre outros. O Nodfyr, também conhecido como "fogo de necessidade" (em inglês é conhecido por Need-fire), era um fogo comunitário, aceso pela fricção, que desempenhava um papel central na vida das aldeias e comunidades da Europa antes da chegada do cristianismo.
Este fogo era produzido em comunidade, e sua criação envolvia um ritual específico: em determinados momentos, todos os habitantes da aldeia apagavam os seus fogos domésticos e aguardavam pelo acendimento do Nodfyr para, a partir dele, levar o fogo novo para as suas casas, campos, pastagens e para gado passar pelo fumo protector. O ato de acender o Nodfyr não era apenas uma necessidade prática, mas também um gesto simbólico de renovação e purificação. Os diversos povos acreditavam nas propriedades sagradas deste fogo, sendo utilizado para abençoar a agricultura, a caça, garantir a saúde do gado, e oferecer proteção contra pestes e condições climáticas adversas. Com a expansão do cristianismo na Europa, a prática do Nodfyr foi vista como pagã e, a partir do século VIII, foi completamente proibida e perseguida. Este fogo, que pode ser considerado "o nosso fogo indígena” na Europa, desapareceu gradualmente das práticas culturais do continente.
A Associação de Fogo Prescrito da Europa – Nodfyr Portugal adotou o termo Nodfyr para honrar esta prática ancestral e sublinhar a importância de resgatar e valorizar o conhecimento sobre o uso do fogo de forma consciente e comunitária. Nodfyr é uma palavra que é facilmente pronunciada em todas as línguas europeias e carrega consigo um legado de conexão com a terra e a natureza, que a associação busca revitalizar.
Através do uso do termo Nodfyr, procuramos lembrar e revalorizar esta tradição europeia de unir as comunidades em torno do fogo, não apenas como uma ferramenta para a gestão ambiental e ecológica, mas também como um elemento cultural que fortalece os laços entre as pessoas e o ambiente que as rodeia.
Obtenção do fogo sagrado “vivo”. Com reconstrução segundo A.P. Lyavdansky, 1928
O Logótipo
O logótipo da Associação de Fogo Prescrito da Europa – Nodfyr Portugal é um símbolo carregado de significado, refletindo a missão e os valores da nossa associação. Inspirado na tradição e na relação ancestral da humanidade com o fogo, o logótipo é composto por vários elementos que se unem para contar a história do fogo prescrito na Europa.
A Chama em Formato de Árvore: No centro do logótipo, a chama estilizada em formato de árvore representa o uso tradicional do fogo, enraizado nas práticas antigas que remontam às nossas raízes mais profundas. Esta árvore de fogo simboliza a natureza e a conexão histórica do ser humano com o fogo como uma ferramenta essencial para a gestão das paisagens e a sobrevivência das comunidades. As raízes profundas da árvore destacam o legado e o conhecimento ancestral que a associação busca preservar e promover.
A Cor Branca da Chama: A chama é representada na cor branca, simbolizando o conceito de "fogo frio" — um tipo de fogo “pastoreado” que não queima com intensidade destrutiva, mas sim de forma serena e benéfica para o solo. Este fogo é utilizado para renovar ecossistemas e proteger as paisagens, alinhando-se com os princípios de sustentabilidade e respeito pela natureza.
O Escudo Azul da Europa: A chama branca está sobreposta num escudo azul, que representa a Europa. O escudo azul simboliza a união e a identidade europeia, reforçando a visão da NODFYR como uma associação pan-europeia que visa reintroduzir práticas de fogo prescrito em todo o continente, respeitando as tradições locais e regionais.
Os Três Anéis: Envolvendo a chama e o escudo estão três anéis, cada um representando um espaço da ancestral forma de ocupação humana (conhecida por trilogia romana) onde o fogo desempenhou um papel crucial ao longo da história:
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O Primeiro Anel – Ager: Representa os campos agrícolas, áreas cultivadas e habitadas pelas comunidades humanas, onde o fogo era utilizado para limpar terrenos e fertilizar o solo.
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O Segundo Anel – Saltus: Refere-se às áreas de pastagens, onde o fogo servia para promover a renovação dos pastos e controlar as pragas.
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O Terceiro Anel – Sylva: Simboliza as florestas, onde o fogo era uma ferramenta natural para a gestão das florestas e para a caça, promovendo a biodiversidade e reduzindo o risco de incêndios.
O Nome e Identidade da Associação: Entre o segundo e terceiro anéis, o logótipo inclui o nome da associação em inglês, “Prescribed Fire Association of Europe”, na parte superior. Na parte inferior, encontra-se o termo “Nodfyr” seguido do país ou região de origem, no caso, “Nodfyr Portugal”. Esta disposição enfatiza a natureza inclusiva e pan-europeia da associação, unindo diferentes regiões sob um propósito comum.
O logótipo da NODFYR é, portanto, uma representação visual da nossa missão: promover o uso tradicional e técnico do fogo como uma ferramenta de gestão sustentável, respeitando as raízes culturais e ambientais de cada região e das comunidades da Europa.
